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Geração distribuida

  • Henrique Aquino
  • 12 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

Atualmente, existe uma crescente preocupação com a utilização do petróleo e outros combustíveis fosseis como fonte energética. Além de ser uma fonte prejudicial ao meio ambiente, os combustíveis fosseis estão se esgotando e será preciso esperar milhões de anos para se formarem novamente. Essa redução nas reservas não somente afetará o preço do petróleo e seus derivados, como também desencadeará uma crise energética em todo o globo. Por isso, o sistema atual demanda o uso de sistemas alternativos de energia.


Em 2012 entrou em vigor a Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012 que permitia ao consumidor brasileiro gerar sua própria energia, dando força ao conceito de Geração Distribuída no Brasil. A Geração Distribuída é o nome dado à geração de energia de pequeno porte instalado em residências e conectados à rede de distribuição, possibilitando a venda de parte da energia produzida para as concessionárias de energia. Além disso, as fontes de energia são renováveis ou altamente eficientes, sendo este um dos principais motivos para o investimento nesta modalidade de geração. Outras vantagens da GD são o adiamento de investimentos em linhas de transmissão e distribuição, diversificação da matriz energética, alívio do sistema central de geração em horário de pico e a redução das perdas do sistema como um todo.


Adiamento dos investimentos em linhas de transmissão e distribuição.

O aumento natural da população faz aumentar também a demanda por energia elétrica. Mas atualmente o sistema de transmissão está proximo ao limite. Ou seja, para suprir a demanda crescente se faz necessário inverstir na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. Por outro lado, no sistema de geração distribuida, os pontos de geração são normalmente localizados próximos à carga e isso alivia a necessidade de transmitir a energia gerada por longas distâncias.

Diversificação da matriz energética

Segundo dados do Banco de informação de geração (BIG), cerca de 60% da energia produzida no Brasil vem das hidroelétricas. Apesar de ser totalmente limpa e renovável, a recente crise hídrica devido a seca que assolou o país mostrou as desvantagem de se ter uma única fonte de energia, forçando o uso das termoelétricas para evitar o corte da energia. Todavia, o uso de termoelétrica encarece o preço e consequentemente, o custo ao consumidor final. Por sua vez, a geração distribuída promove o uso de diversas fontes como a energia solar, eólica e de biomassa que poderiam manter o suprimento de energia elétrica mesmo em tempos de seca, onde as hidroelétricas têm seu potencial reduzido.


Redução das perdas do sistema


As perdas de energia é dada pela diferença entre a potência que é gerada nas usinas e a potência entregue ao consumidor, ou seja, são perdas no sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica. De acordo com a ANEEL, as perdas na transmissão e distribuição da energia chegam a 17%, sendo que parte dos custos com as perdas são repassadas ao consumidor. Como os pontos de geração de energia se localizam próximos à carga, não há necessidade de transmitir a energia produzida por longas distâncias reduzindo drasticamente as perdas na transmissão e distribuição.


Calculo simplificado das perdas

Esquema simplificado do calculo de perdas no sistema de transmissão e distribuição. Reprodução ANEEL


As desvantagens do sistema da GD


Apesar de todo o potência elétrico das fontes renováveis no Brasil, cerca de apenas 13,5% da energia do Brasil vem destas fontes, segundo dados da ANEEL. Isso se deve, em parte, às desvantagens do sistema GD relacionadas ao aumento do numero de empresas envolvidas, o aumento da complexidade do sistema elétrico e alto custo de investimento inicial que fica a cargo do proprietário.


Investimento inicial alto


Apesar de diminuir as taxas de perdas do sistema elétrico e as tarifas, o custo inicial do investimento numa pequena central geradora é alto e fica a cargo do investidor, o que aliado à falta de incentivos governamentais para o setor e de linhas de crédito para financiamento, dificulta a instalação por parte da população dos sistemas geradores. Além disso, o tempo de retorno do investimento é alto, fazendo da mini e micro geração um investimento de longo prazo com poucos atrativos econômicos.


Complexidade do sistema elétrico

Com o aumento do número de produtores de energia, torna-se necessário fazer um planejamento para sincronizar os diversos tipos de matrizes energéticas com a rede para manter os níveis de eficiência do sistema, fato que pode aumentar a burocracia do sistema elétrico. Somado a isso, cada tecnologia de geração tem um tempo de vida útil diferente e cada matriz necessita de uma abordagem diferente na realização da manutenção preventiva e corretiva, incluindo também as medidas de segurança em cada tipo de geração.


Vale a pena?


O sistema de Geração Distribuída compensa. Suas desvantagens pode ser atenuadas através do desenvolvimento de tecnologia voltada a esse tipo de geração. Somado a isso, a GD traz muitas vantagens à todos os setores da economia por meio da redução das perdas, das tarifas de energia e do impacto ambiental na geração. Além disso, a redução do custo de investimento na mini e microgeração é tendência mundial, fato que se aliado a incentivos por parte do governo, pode abrir as portas para uma maior inclusão dos sistemas descentralizados no sistema elétrico brasileiro.


Referências


INEE (Ed.). O QUE É GERAÇÃO DISTRIBUÍDA. Disponível em: <http://www.inee.org.br/forum_ger_distrib.asp?Cat=gd>. Acesso em: 4 set. 2015.

ANEEL. Matriz de Energia Elétrica. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/OperacaoCapacidadeBrasil.cfm>. Acesso em: 04 set. 2015.

ANEEL. PERDAS DE ENERGIA. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=801>. Acesso em: 03 set. 2015.

ANEEL. Micro e Minigeração Distribuída: Sistema de Compensação de Energia Elétrica. 2014. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/caderno-tematico-microeminigeracao.pdf>. Acesso em: 01 set. 2015.

FILHO, Wilson Pereira barbosa; AZEVEDO, Abílio César Soares de. GERAÇÃO DISTRIBUÍDA: VANTAGENS E DESVANTAGENS. 2014. Disponível em: http://www.feam.br/images/stories/arquivos/mudnacaclimatica/2014/artigo_gd.pdf.

 
 
 

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